Como as profundidades mais recônditas do oceano, o nosso verdadeiro “eu” é algo que, provavelmente, ainda não vimos realmente. Se alguém nos perguntar “quem és?”, para além do nosso nome, podemos dizer onde vivemos, o que fazemos, se temos filhos, podemos dizer os nossos hobbies, os sítios onde gostamos de ir de férias ou os nossos pratos favoritos. No entanto, o nosso verdadeiro ser é algo muito diferente das coisas que conseguimos atingir, dos rótulos que nos atribuímos, do que gostamos e não gostamos e da nossa aparência. Aprender a reconhecer e a explorar o nosso verdadeiro “eu” é um dos passos mais importantes que podemos dar no caminho para a felicidade.
A VERDADE SOBRE A IDENTIDADE
Estas camadas do ego vão-se acumulando ao logo do tempo. Quando nascemos, aquele primeiro estado predefinido de felicidade de que desfrutamos quando somos bebés, é o que somos. Sem egos. Mas à medida que crescemos, recebemos influências das pessoas à nossa volta. Aprendemos a adaptar-nos, fazendo mais coisas que nos proporcionam elogios. E pelo caminho, também acumulamos os rótulos negativos dos quais mantemos segredo: Palhaço. Vítima. Falhanço. Um comentário depreciativo que ouvimos quando temos oito anos, pode ser suficiente para moldar a narrativa que nos contamos a nós próprios o resto da nossa vida.
Desde o início, tentamos moldar-nos a esses rótulos, a esses momentos de aprovação e desaprovação. E é cansativo. Tentarmos ser amados pelas máscaras que usamos é uma batalha perdida, simplesmente porque elas não são o nosso verdadeiro eu. E nós não somos o que elas representam. O caminho para a verdadeira felicidade começa no dia em que olhamos bem para essas palavras com as quais nos identificamos e aprendemos a libertar-nos delas e a ser, simplesmente.
Na verdade, ninguém é perfeito e ninguém é extraordinário. E ninguém é mau. Todos nós somos simplesmente nós. E nós somos bonitos.
O PODER DA AUTENTICIDADE
Os investigadores descobriram fortes laços entre autenticidade e felicidade. Está provado que as pessoas que se consideram mais autênticas têm mais probabilidade de seguir um caminho que as apaixone e é provável que o mantenham, independentemente do que o mundo lhes disser. As pessoas autênticas também têm mais probabilidade de construir relações mais fortes e mais profundas com as pessoas à sua volta. Claro que no caminho para estabelecer contacto connosco, podemos perder algumas pessoas que só estavam presentes por uma determinada máscara que usávamos. Mas ao perdê-las, ganharemos pessoas que estão presentes pelo nosso verdadeiro “eu” e sentir-nos-emos mais felizes e realizados a longo prazo.
TAREFA DE HOJE PARA A FELICIDADE
Uma forma fácil de descobrir as verdades autênticas sobre nós é aprendermos a perguntar. Durante uma semana, dedique 10 minutos cada manhã a sentar-se em silêncio e a ser, simplesmente. Faça-se perguntas que normalmente faria a uma nova amizade. Seja honesto(a) nas suas respostas. As coisas que está a dizer são aquilo de que realmente gosta ou são o que acha que as outras pessoas vão gostar em si? Escreva estas perguntas e as suas respostas num diário.
Num dos dias, olhe-se ao espelho. Porque é que tem esse penteado? É por gostar do penteado ou é por influência da moda? E a camisa que tem vestida? E a tatuagem que tem no braço? São coisas de que gosta genuinamente? Se a sua resposta for “Sim, gosto delas!”, parabéns, já está no caminho da autenticidade. Se não for, pare e analise-as e pergunte-se o que preferiria e porquê.
À medida que os dias passam, comece a utilizar esta técnica para observar como gasta o seu tempo. Está sempre no primeiro lugar da fila para comprar bilhetes para um concerto, mas por vezes gostava simplesmente de ficar no sofá com um livro? Permita-se esse espaço. Sempre quis fazer escalada, mas nenhum dos seus amigos gosta disso? O que o(a) está a impedir?
Vai dar trabalho, mas a cada pergunta, estará mais perto de descobrir quem é realmente.
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